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Entenda a importância da representatividade na moda

Qual a primeira imagem que vem à sua cabeça quando falamos sobre top models? Talvez você pense em Gisele Bündchen, Alessandra Ambrósio e outros grandes nomes da moda brasileira ou internacional, certo? Mas em quantas dessas modelos você enxerga sua própria imagem?

Talvez sua resposta seja “em muitas delas” ou “na maior parte delas”, mas, para a grande maioria das pessoas, a resposta não seria bem essa.

A verdade é que esse biotipo, idealizado pela moda há décadas, é inalcançável para a maior parte da população mundial. Além disso, o número de modelos negros trabalhando no mercado da moda é muito mais baixo, comparado à quantia de pessoas brancas.

Fato é que a consciência solidária tem sido uma tendência forte na moda, enaltecendo pontos de vista alternativos. Hoje, nós trouxemos este post para que você entenda melhor a representatividade na moda e sua importância social. Acompanhe!

O que fez a moda mudar de perspectiva?

O mundo tem vivido um momento de transição, e as novas gerações estão muito mais ligadas a temas como individualidade, amor próprio, intolerância e aceitação.

Antigamente, as grandes grifes ditavam o que estaria mais tarde nas prateleiras. Hoje são elas que precisam investir milhões em pesquisas sobre comportamento social, tendências das ruas e hábitos de compra.

Essa mudança de perspectiva alterou a forma como as pessoas compram — e o consumidor não aceita mais qualquer oferta. É essencial que cada um se enxergue e se identifique naquilo que olha.

Diante de novas necessidades, o mercado da moda teve que mudar. Em 2019, um grande nome da moda íntima, a Victoria’s Secret, viu suas ações caírem em 41% e seu icônico Victoria’s Secret Fashion Show — que sempre reuniu um time de tops de peso — perder 30% de audiência.

A queda — que já vinha ocorrendo há um tempo — ganhou ainda mais força depois que a marca declarou que não mudaria o clássico perfil de suas modelos nem o estilo de suas lingeries.

Por que a representatividade na moda importa?

Cerca de 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usa redes sociais como o Instagram e TikTok. Essa mesma parcela da população está cada vez mais doente, apresentando sintomas de ansiedade e depressão.

Esses dois dados não são coincidência e têm uma relação direta entre si. A vida perfeita, os corpos esculturais retocados em programas de edição e o estilo de vida de muitas personalidades da internet são um gatilho de destruição para quem ainda não construiu uma boa autoestima.

O número de suicídios só aumenta, o que levantou um debate sobre o que tem mais relevância: tentar perseguir um ideal distante a vida inteira ou aceitar e amar o que se é?

Esse tema gerou uma onda positiva na internet sobre a aceitação de corpos reais e a valorização da diversidade, afinal existem cabelos lisos, cacheados e crespos, assim como peles de inúmeras tonalidades, e não faz sentido enaltecer apenas um perfil.

Quais marcas aderiram a esse movimento?

Seja por questões mercadológicas ou pelo comprometimento com a causa, é fato que diversas marcas estão se adaptando às novas exigências das pessoas.

Essa mudança não trouxe vantagens apenas para os consumidores, mas se refletiu em oportunidades para que modelos de vários perfis ganhassem um espaço na moda, democratizando a profissão.

A Fenty, grife de luxo criada por ninguém mais, ninguém menos que Rihanna, é um grande exemplo de marca que tem explorado a diversidade e a representatividade na moda de uma forma muito natural.

Em sua passarela, desfilam modelos com deficiência visual, pessoas acima de 60 anos, outros de várias etnias, plus size e até mesmo pessoas com problemas de acne visíveis. A marca tem feito muito sucesso e ganhado notoriedade por sua inclusão.

Porém, não é só a Fenty que adotou a diversidade nos desfiles de moda. Conheça outras 5 marcas que têm se destacado por incluir modelos de vários perfis em seu catálogo.

Água de Coco

Em 2018, a marca de beachwear Água de Coco promoveu o desfile “Brasil com Z” no SPFW. Na ocasião, foram convocados modelos dos mais variados perfis, entre mulheres grávidas, curvilíneas e deficientes, como Paola Antonini.

A promoção da diversidade por essa marca tem uma importância especial: os desfiles de moda praia e moda íntima são aqueles que mais enaltecem corpos perfeitos.

DaMinhaCor

A representatividade não acontece somente variando os perfis de modelos nos desfiles. É preciso pensar também nas dificuldades enfrentadas no dia a dia por pessoas com diferentes perfis.

A marca DaMinhaCor criou toucas de natação especiais para cabelos afro e facilitou a vida de quem usa dreadlocks, tranças e black power. Antes dessa inciativa, simplesmente não existia nenhum produto que atendesse a essa demanda no mercado.

Moda Contemporânea Mineira

O MCM, ou Moda Contemporânea Mineira, não é uma marca, mas um movimento que estimula a diversidade dentro da moda, de forma que ela não sirva apenas como uma maneira de se vestir, mas de quebrar padrões sociais.

Além disso, a marca promove a sustentabilidade, a inclusão social e a diversidade cultural.

Good American

A marca de Khloé Kardashian tem conquistado muitas adeptas nos Estados Unidos, por disponibilizar peças em jeans que vão do 34 ao 56. Além de atender a diversos corpos, a marca não trata os tamanhos maiores como “plus size“.

Nas lojas físicas, os diversos tamanhos se misturam nas araras e não são separados por categorias. Além disso, a marca da Kardashian procura trabalhar com preços para todos os bolsos.

Chanel

Uma prova da força e importância da representatividade nos dias atuais é a mudança de algumas marcas super tradicionais, como a Chanel, conhecida por manter décadas de costumes inabaláveis.

Em 2019, a marca contratou Teddy Quinlivan, sua primeira modelo transgênero. Esse é um passo importante para a comunidade LGBT, que vê as portas se abrirem para novas oportunidades na moda.

Por fim, é importante compreender que a representatividade na moda não veio para crucificar ou banir modelos de perfis considerados como “tradicionais”. Muito pelo contrário, conhecer o significado e a importância por trás desse conceito é uma forma de entender que há espaço pata todos e que fortalecer essa ideia é tornar a moda cada vez mais acessível.

E você, já pensou como pode seguir uma carreira na moda e ajudar a quebrar padrões? Saiba tudo o que você precisa para começar!

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